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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Sem fazer DNA há um ano, polícia do RN não tem como identificar corpos

Jacimário Rêgo da Silva é professor do IFRN (Foto: Rafael Barbosa/G1 e Divulgação/IFRN) 
Jacimário Rêgo da Silva é professor do IFRN; o corpo, que pode ser o dele, precisa de indentificação por DNA para ser liberado (Foto: Rafael Barbosa/G1 e Divulgação/IFRN)
Os familiares reconhecem o carro destruído pelas chamas e têm certeza que o corpo que estava dentro do veículo, com perfurações de tiros e carbonizado, é de um ente próximo. Mas o sofrimento vai além da dor de ter perdido alguém de forma tão violenta. Para que possam dar um funeral e sepultamento dignos, só depois de o cadáver for oficialmente identificado. O problema, segundo a polícia técnica do Rio Grande do Norte, é que o estado não possui um laboratório de genética capaz de fazer a identificação por DNA. O único jeito é levar a amostra para outro estado, o que não acontece há um ano. E quando não há previsão de quando isso vai acontecer.
O drama é vivido pela família do professor de eletrônica Jacimário Rêgo da Silva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), desaparecido desde o último final de semana. A mulher e filhas asseguram que é dele um dos dois corpos carbonizados encontrados na terça-feira (6) dentro de um veículo incendiado às margens de uma estrada de terra no distrito de Cajupiranga, em Parnamirim, município da Grande Natal.
Fabrício Fernandes, perito criminal do Itep com formação em genética forense (Foto: Rafael Barbosa/G1) 
Fabrício Fernandes, perito criminal do Itep com
formação em genética forense
(Foto: Rafael Barbosa/G1)
De acordo com o próprio Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), como os corpos estão bastante deteriorados em razão do fogo, a identificação só será possível por meio de DNA. Porém, mesmo contando com a colaboração de outros estados, desde maio do ano passado que o Rio Grande do Norte não realiza exames de identificação humana e os materiais genéticos coletados estão se acumulando. “Temos mais de 150 amostras guardadas que incluem dezenas de restos mortais que necessitam de identificação. Isso significa que são dezenas de famílias que ainda convivem com este tipo de angústia”, revela o perito criminal Fabrício Fernandes, um dos dois únicos com formação em genética forense que o Itep possui. E mais: segundo ele, o Itep mantém 3 mil amostras catalogadas, que ainda não foram sequer solicitados os exames de DNA, que podem provar, entre outras situações, autorias de crimes sexuais.
Ao G1, a assessoria de comunicação do Itep alega que não existe uma periodicidade para o envio de amostras de DNA para exames em outros estados, mas confirma que, em média, as amostras são enviadas para Salvador de seis em seis meses.
fonte: G1 RN

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