João Vitor França: com a demora, diz ter sofrido prejuízo em seleção
A fila fica cada vez maior e o tempo de espera pelo documento supera um mês em alguns casos. Quem foi até a superintendência para dar entrada no seguro-desemprego ou solicitar a emissão da carteira de trabalho ontem só conseguiu agendar atendimento para o final de março. O número de fichas distribuídas foi limitado em 80 por dia. A demora, segundo a superintendência, é reflexo da redução do quadro de funcionários.
Dos dez atendentes do setor de emissão de carteiras, seis saíram - três pediram demissão porque passaram em outros concursos e três estão de licença médica, alguns deles há 90 dias. O setor de seguro-desemprego também sofreu baixas. Dos cinco atendentes, um também pediu demissão. Segundo José Augusto, até agora só uma pessoa foi convocada para preencher as vagas em aberto. A expectativa é que ela assuma o posto ainda esta semana. O candidato assumirá uma vaga aberta em julho de 2012. "O Ministério do Planejamento demora muito a autorizar. Não há previsão para novas contratações", afirma Augusto.
O enxugamento da equipe levou a superintendência a reativar, em dezembro, o serviço de agendamento, e limitar o número de pessoas atendidas. Não há prazo para retomar os atendimentos diários, sem necessidade de agendamento. A situação, segundo Augusto, pode piorar ainda mais. O último concurso realizado, e que permanece com as vagas em aberto com a saída dos funcionários, expira em março.
Nem todos precisam aguardar a sua vez. "Quem tem contrato de trabalho em vista pode trazer uma declaração da empresa que quer contratá-lo e receber a carteira em menos tempo", afirma Augusto. João Vitor França, 18 anos, não sabia disso até ontem. O estudante já recebeu o documento, mas não deixou de reclamar. "Precisava da carteira para me inscrever num processo seletivo. A demora me prejudicou", disse.
O chefe do setor de Políticas, Trabalho, Emprego, Renda e Economia Solidária, da Superintendência Regional do Trabalho no RN não deixa de reconhecer o problema. "Ninguém pode ser contratado sem a carteira de trabalho", afirma. Quem ainda não tem carteira de trabalho, sabe a falta que ela faz. "E se aparecer alguma coisa até a carteira sair?", angustia-se o operador de máquinas, Alan Diogo Januário de Macedo, 20 anos, recém-formado e um dos que estão na fila de espera.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
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