O portal de Noticías Uol informa que em uma drástica mudança em relação a
julgamentos anteriores, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira
(1º) impedir que candidatos com contas rejeitadas disputem as eleições a partir
deste ano. Por 4 votos a 3, a corte definiu que não concederá registro aos postulantes
a cargos públicos que tiveram as contas rejeitadas até hoje.
Segundo a ministra Nancy Andrighi, há 21 mil candidatos nesta situação. Caso o
TSE defina um prazo para contar a rejeição de contas, o número de barrados diminuirá.
Se alguém contestar a decisão, o caso vai ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em 2010, o TSE tinha decidido que a simples apresentação das contas já seria
suficiente para a concessão do registro. O tribunal deu nova interpretação à legislação
eleitoral, o que visa evitar contestações de alteração das regras para as eleições municipais
a menos de um ano antes do pleito –o que é proibido.
A Corte definiu que se as contas forem rejeitadas depois da posse de um candidato, a
sanção valeria para as eleições seguintes.
Votaram a favor da decisão os ministros Nancy Andrighi, Marco Aurélio de Mello,
Cármen Lúcia e o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski. Contra ficaram Gilson Dipp,
Arnaldo Versiani e Marcelo Ribeiro. Irritado, Dipp se manifestou e criticou a decisão ao
afirmar “meu Deus do céu”.
O TSE exige dos candidatos a discriminação de gastos com comitês eleitorais, material de campanha, pessoal, entre outros. No Brasil, o financiamento é misto: em parte privado,
mas também com recursos públicos do fundo partidário.
A sessão definiu as regras para as eleições municipais deste ano, em termos de arrecadação,
gastos e posterior prestação de contas. A corte tinha até 5 de março, a próxima segunda-feira,
para estabelecer essas diretrizes.
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